LUCAS DA FEIRA
Lucas Evangelista nasceu na fazenda saco de limão, em Sao Gonçalo dos Campos, no dia 18 de outubro de 1807. Era filho de Inácio e Maria, escravos africanos, provinientes da raça gegê. Eram escravos da Sra. Antonia Pereira Lago, proprietaria da fazenda.
Já nasceu feio e estrábico. Cresceu ouvindo vendo e sofrendo as agruras da escravidão. Cada vez mais se acirrava o desejo de vingança dos brancos.
Lucas tinha pouco menos de 15 anos, quando o Pe. José Alvez Franco já proprietário da fazenda, tornou -o discipulo do carpinteiro, Mestre José Pereira da Batista, mas não estava disposto a aprender a arte, o que mais desejava era a liberdade datava o ano de 1823, quando Lucas fugiu da fazenda, partindoa esmo, desnorteado e sua primeira façanha foi desarmar dois caçadores na floresta, tomando-lhes as espingardas, facões e munições. Saí enveredou nos caminhos do roubo e do crime. Furtava animais e vendia-os para adquirir munições e ajudar clandestinamente a escravidão.
Atuando sozinho, resolveu cosntruir um bando, a fim de regimentar forças contra os feitores. Escolheu os mais valentes e mais revoltados: Januario, Nicolau, José, Joaquim, Manoel, Floriano, Bernardino e outros.
Sua fama espalhou-se pela Bahia inteira e projetou-se no cenário nacional era astusioso, quando saia sozinho, vestia-se de saia, ora se apresentava como lenhador, com feixe de lenha na cabeça de capim, cubrndo-lhe o rosto, para despistar seus algozes.
Era perveso. Suspeitando que o crioulo Manuel Nunes era deleitor, pregou seu lábio superior numa árvore - e avisou:
- volto para lhe castrar.
Manuel Nunes achando pior castração, preferiu rasgar os beiço e ganhar as brenhas.
Outra feita encontrou o pardo Joaquim Gunza, que tinha umas barbas compridas trazendo uma lata de rapé, que ia vender na feira. Ele arrancou-lhe as barbas e fez o velho cheirar o pó e quase que morre sufocado. Encontrando o Mané-pinga-fogo, gastador de dinheiro com as mucambas, obrigou-o a dançar, dando umbigada nos espinhos do mandacaru.
Os crimes eram o mais hediondos: rosto esfaquiado, bocas esfacelada, lingua cortada ao meio, além de outros castigos corporais, castrações, violentações de mulheres comprometidas, rapto de donzelas, estupros, era um verdadeiro canibalismo.
De todos os crimes cometido por Lucas, o unico que sentiu remorsos, chegando a chorar foi o de Adelia, que ele a crucificou num mandacaru.
No dia 12 de janeiro de 1849, numa sexta-feira, às 10 horas, Lucas, o demonio negro é cercado por uma comitiva comandada por um cazumbá, seu compadre. Já com um braço ferido, ficou encarcerado e por gangrená-lo, fou submetido a amputação dentro da cadeia. no dia 26 de setembro de 1849 foi enforcado.
Referencia: OLIVEIRA, Lelia Vitor Fernandes. CIidadãos do Mundo- Contos- Lelia Vitor Fernandes de Oliveira. Feira de Santana Ba. 2001.p-46-47