quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

                                      LUCAS DA FEIRA
 Lucas Evangelista nasceu na fazenda saco de limão, em Sao Gonçalo dos Campos, no dia 18 de outubro de 1807. Era filho de Inácio e Maria, escravos africanos, provinientes da raça gegê. Eram escravos da Sra. Antonia Pereira Lago, proprietaria da fazenda.
Já nasceu feio e estrábico. Cresceu ouvindo vendo e sofrendo as agruras da escravidão. Cada vez mais se acirrava o desejo de vingança dos brancos. 
Lucas tinha pouco menos de 15 anos, quando o Pe. José Alvez Franco já proprietário da fazenda, tornou -o discipulo do carpinteiro, Mestre José Pereira da Batista, mas não estava disposto a aprender a arte, o que mais desejava era a liberdade datava o ano de 1823, quando Lucas fugiu da fazenda, partindoa esmo, desnorteado e sua primeira façanha foi desarmar dois caçadores na floresta, tomando-lhes as espingardas, facões e munições. Saí enveredou nos caminhos do roubo e do crime. Furtava animais e vendia-os para adquirir munições e ajudar clandestinamente a escravidão.
Atuando sozinho, resolveu cosntruir um bando, a fim de regimentar forças contra os feitores. Escolheu os mais valentes e mais revoltados: Januario, Nicolau, José, Joaquim, Manoel, Floriano, Bernardino e outros.
Sua fama espalhou-se pela Bahia inteira e projetou-se no cenário nacional era astusioso, quando saia sozinho, vestia-se de saia, ora se apresentava como lenhador, com feixe de lenha na cabeça de capim, cubrndo-lhe o rosto, para despistar seus algozes.
 Era perveso. Suspeitando que o crioulo Manuel  Nunes era deleitor, pregou seu lábio superior numa árvore - e avisou: 
- volto para lhe castrar.
Manuel Nunes achando pior castração, preferiu rasgar os beiço e ganhar as brenhas.
Outra feita encontrou o pardo Joaquim Gunza, que tinha umas barbas compridas trazendo uma lata de rapé, que ia vender na feira. Ele arrancou-lhe as barbas e fez o velho cheirar o pó e quase que morre sufocado. Encontrando o Mané-pinga-fogo, gastador de dinheiro com as mucambas, obrigou-o a dançar, dando umbigada nos espinhos do mandacaru.
Os crimes eram o mais hediondos: rosto esfaquiado, bocas esfacelada, lingua cortada ao meio, além de outros castigos corporais, castrações, violentações de mulheres comprometidas, rapto de donzelas, estupros, era um verdadeiro canibalismo.
De todos os crimes cometido por Lucas, o unico que sentiu remorsos, chegando a chorar foi o de Adelia, que ele a crucificou num mandacaru.
No dia 12 de janeiro de 1849, numa sexta-feira, às 10 horas, Lucas, o demonio negro é cercado por uma comitiva comandada por um cazumbá, seu compadre. Já com um braço ferido, ficou encarcerado e por gangrená-lo, fou submetido a amputação dentro da cadeia. no dia 26 de setembro de 1849 foi enforcado.





Referencia: OLIVEIRA, Lelia Vitor Fernandes. CIidadãos do Mundo- Contos- Lelia Vitor Fernandes de Oliveira. Feira de Santana Ba. 2001.p-46-47

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

REVOLTA DA VACINA


REVOLTA DA VACINA

A revolta da vacina já indicava há 100 anos que a crítica miséria brasileira reside tanto na falta de saneamento quanto na de Educação. Foi uma manifestação popular ocorrida na cidade do Rio de Janeiro em novembro de 1904 contra a imposição da vacinação obrigatória, cujo objetivo era erradicar doenças tropicais como febre amarela, varíola, malária e peste, além de melhorar as condições de higiene da então capital da república.



No início do século 20, durante a chamada república oligárquica brasileira (1894-1930), uma parcela significativa da sociedade do País – ou ao menos de sua elite – ansiava levar ao mundo a imagem de um país tipicamente “ocidentalizado”. Esse sonho tropical esbarrava, porém, em uma dura realidade, visível para olhos atentos e palpável para a maioria dos cidadãos brasileiros: o cotidiano dos ex-escravos e imigrantes pobres. Porém esses escravos eram tratados em condições sub-humanas, geralmente analfabetos e morriam de febre amarela, peste bubônica, varíola, entre outros.
         Essa situação era ainda mais vigente nas cidades portuárias, onde o excesso de lixo nas ruas tornava o ambiente passível a proliferação dessas doenças. Em 1902 - 1906, Rodrigues Alves afirmava que em seu governo daria prioridade ao saneamento da cidade do Rio de Janeiro. No final do seculo XIX, a cidade encontrava-se em processo de industrialização, inovação e descobertas cientificas.
         Urbanisticamente, porém, a cidade ainda conservava um aspecto colonial que não condizia com os ideais de modernidade da nascente elite urbana. Para modificar esse quadro foi iniciado um processo de reurbanização que ficou famoso com a alcunha de “bota-abaixo”. A iniciativa concentrou grande parte do esforço do Governo federal naépoca. Mas, de maneira marcante, consagrou um nome que entrou para a história do Rio de Janeiro: o prefeito Pereira Passos (1836-1913).
          Tomando como modelo os famosos boulevards franceses, o prefeito arregimentou arquitetos e urbanistas no esforço não apenas de levantar construções novas na capital, mas também de demolir antigas construções que não estivessem de acordo com o projeto de país conforme o ideal positivista que inspirou nosso movimento republicano (veja o quadro “Mar positivista”).
           Na prática, esse projeto consistia basicamente na construção da avenida Central. A via, além de representar a imagem que a cidade do Rio de Janeiro queria vender ao mundo, consistia também em uma área onde a população – ou ao menos a parcela privilegiada – poderia usufruir o que havia de mais moderno em termos de consumo e entretenimento na época, além de servir como ligação entre o porto e a avenida Beira-Mar. Para concretizar o projeto, Passos ordenou a demolição dos cortiços e casebres dos bairros cariocas centrais, possibilitando não apenas a construção da nova avenida, mas também o alargamento de antigas ruas e avenidas, a ampliação da rede de saneamento e aremodelação do porto.
           Assim, milhares de pessoas foram desalojadas de suas casas, geralmente sublocadas sem nenhuma formalidade documental – ou seja, não havia garantia alguma de posse –, sendo obrigadas a procurar moradia em bairros distantes do centro ou em barracos construídos nas encostas dos morros. Isso acentuou ainda mais o processo de favelização que o Rio de Janeiro vinha sofrendo desde a volta dos soldados que haviam combatido na guerra de Canudos (1893-1897).





 AFRONTA À LIBERDADE





Oswaldo Cruz
          Essa população pobre e deslocada – formada basicamente por trabalhadores mal remunerados, analfabetos e excluídos da participação política – torna-se também o alvo principal de um outro aspecto das reformas pela qual o Rio de Janeiro vinha passando: a política sanitarista, empreendida pelo bemintencionado Oswaldo Cruz, médico sanitarista nomeado diretor de Saúde Pública do Rio de Janeiro em 1º de março de 1903. Mas a já mencionada falta de atenção do Governo com essas pessoas e a ausência de uma campanha maciça de esclarecimento à população sobre os verdadeiros interesses das autoridades fizeram com que a reação a essa política fosse explosiva.
          Osvaldo Cruz iniciou sua campanha oferecendo uma pequena quantia em dinheiro para quem trouxesse ratos mortos aos escritórios da Saúde Pública, uma forma de combater a peste bubônica. Também espalhou pela cidade os chamados “matamosquitos”, homens que chegavam a invadir residências com o propósito de erradicar o mosquito transmissor da febre amarela – o que não agradava à população. Mas a polêmica se instaurou, de fato, quando o sanitarista convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a lei da vacinação obrigatória contra a varíola, em 31 de outubro de 1904. . A sugestão foi transformada em um projeto legislativo, o que gerou insatisfação de diversos setores da sociedade civil. A população temia que a vacina fosse uma forma de extermínio das camadas pobres, visto que a reformulação do sistema de saúde estava ligado à modernização da cidade, Alguns julgavam imoral aplicar injeções em mulheres, muitos não entendiam de que forma se combatia uma doença mediante a aplicação do próprio vírus e ainda havia quem dissesse ser uma afronta à liberdade individual a idéia de vacina obrigatória. Houve também aqueles que, em meio ao descontentamento popular, aproveitaram para cogitar a derrubada do presidente Rodrigues Alves do poder.
          Tal política destruiu cortiços e casebres integrantes da região central da cidade para dar lugar a grandes avenidas e ao alargamento de ruas. A consequência de tais medidas foi o desenvolvimento de favelas nos morros do Rio de Janeiro e o crescimento demográfico em regiões periféricas. A aprovação da Lei da Vacina foi o estopim da revolta. Mas a verdade é que os fatores que causaram a revolta iam muito além da campanha sanitarista. Influíram na revolta a pobreza e o desemprego inerentes à sociedade na época, além de medidas polêmicas como o “bota-abaixo” e os interesses de alguns setores da sociedade brasileira que se opunham ao Governo federal.





BARRICADAS PELA CIDADE

  

Iniciada no largo de São Francisco, em 10 de novembro de 1904, Carroças, bondes e postes de iluminação foram destruídos, lojas saqueadas, policiais atacados. Os populares reivindicavam o fim da vacinação obrigatória, mas aproveitaram para demonstrar também a insatisfação com o projeto de transformação do centro do Rio de Janeiro. A revolta se espalhou para a praça Tiradentes e a praça da República. Enfrentando a cavalaria, militares, estudantes e, principalmente, operários. As autoridades locais requisitaram ajuda da Marinha e do Exército, além da própria polícia – autorizada a agir com violência – e do corpo de bombeiros.
         Além disso, o Rio de Janeiro testemunhou, na escuridão da noite de 14 de novembro – a iluminação pública, composta de lampiões de gás, havia sido destruída –, a sublevação de mais de 200 cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha. Marchando em direção ao palácio do Catete, por pouco eles não derrubaram o presidente. Chegaram a entrar em choque com oficiais e soldados leais ao Governo. No dia seguinte, aniversário da República, o Governo federal decretou estado de sítio, recebendo ajuda de tropas de outros Estados enquanto a revolta se alastrava cada vez mais pela cidade.
Com a situação incontrolável, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina e declarou estado de sítio. A rebelião só foi contida no dia 16 de novembro, deixando dezenas de mortos e feridos. Centenas de participantes do motim foram deportados para o Acre. Após reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado.
          Quando, graças às forças de repressão, o Governo conseguiu conter a revolta, o saldo era dramático. Além da destruição de grande parte das ruas, praças e bairros em que ocorreram conflitos, quase mil manifestantes foram encarcerados no presídio da ilha das Cobras, e cerca de 500 foram deportados para o Acre. Centenas ficaram feridos e havia dezenas de mortos, entre manifestantes, policiais, bombeiros, agentes de Saúde e soldados.
Mesmo sofrendo resistência da população, o modelo empregado obteve resultados importantes no controle das doenças epidêmicas, melhorando a situação sanitária e de higiene na cidade do Rio de Janeiro e conseguindo, inclusive, erradicar a febre amarela e a varíola da capital.



FONTES:http://historianovest.blogspot.com/2009/01/revolta-da-vacina.html
BATISTA, Rodrigo. Revolta da Vacina. Disponivel em:http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/revolta-da-vacina/. Acessado em: 14/02/2011.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Teatro experimental do negro

Teatro experimental do negro



Teatro Experimental do Negro


NOME

DATA (PERÍODO, DIA, ANO, SÉCULO)

LOCAL (CIDADE, REGIÃO, ESTADO)
CARACTERIZAÇÃO (POR QUE ACONTECEU, COMO ACONTECEU, CONTEXTUALIZAÇÃO)
LIDERANÇAS BIOGRAFIAS



Teatro Experimental do Negro

13 de ouubro1944 século XX

Rio de Janeiro RJ, sudeste
                                                                            
O projeto do Teatro Experimental do Negro - TEN, engloba o domésticas, favelados sem profissão definida e modestos funcionários públicos. A companhia inicia suas atividades em 1944 trabalho pela cidadania do ator, por meio da conscientização e também da alfabetização do elenco, recrutado entre operários, empregadas, colaborando com o Teatro do Estudante do Brasil - TEB, na encenação da peça Palmares, de Stella Leonardos. Quando decide empreender um espetáculo próprio constata que não há, na dramaturgia brasileira, textos que sirvam aos seus objetivos. Abdias do Nascimento descobre em O Imperador Jones, de Eugene O'Neill, o retrato mais aproximado da situação do negro após a abolição da escravatura. O autor cede gratuitamente os direitos e o grupo ensaia durante seis meses, tendo aulas de interpretação com o professor Ironildes Rodrigues em salas da União Nacional dos Estudantes - UNE. O espetáculo, dirigido por Abdias do Nascimento, estréia em maio de 1945 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e obtém boa receptividade, com elogios ao protagonista, Aguinaldo Camargo.O TEN procura estimular a criação de novos textos, que sirvam aos seus propósitos. Sua diretriz é a temática ligada à situação do negro. A falta de resposta à altura de suas expectativas faz Abdias do Nascimento encenar outro texto de Eugene O'Neill, Todos os Filhos de Deus Têm Asas, com a participação da atriz Ruth de Souza. As atividades do TEN incentivam a criação de iniciativas semelhantes. No Rio de Janeiro, em 1950, Solano Trindade funda o Teatro Popular Brasileiro; em São Paulo, os grupos negros encontram na dramaturgia norte-americana uma fonte para suas encenações experimentais; Geraldo Campos de Oliveira funda também um Teatro Experimental do Negro, que se mantém em atividade durante mais de quinze anos e monta, entre outros, O Logro, de Augusto Boal, 1953; O Mulato, de Langston Hughes, 1957; Laio Se Matou, de Augusto Boal, direção de Raul Martins, 1958; O Emparedado, de Tasso da Silveira; e Sucata, de Milton Gonçalves, ambos em 1961.


Abdias do Nascimento, nasceu em 14 de março de 1914, em Franca São Paulo, é ex-político e ativista social brasileiro.É um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, intelectual de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta (com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul), até ativista do Movimento Negro, ator (criou em 1944 o Teatro Experimental do Negro) e escultor.Após a volta do exílio (1968-1978), insere-se na vida política (foi deputado federal de 1983 a 1987, e senador da República de 1997 a 1999), além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado (1978). Em 2006,em São Paulo, criou o dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra. recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.[1] É autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.[2]Foi Professor Benemérito da Universidade do Estado de Nova York e doutor "Honoris Causa" pelo Estado do Rio de Janeiro, grande militante no combate à discriminação racial no Brasil.Foi casado com Maria de Lurdes Vale Nascimento. Mas tarde casou-se com Genilda Cordeiro. Depois com a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos, e pela pela quarta vez com a norte-americana Elizabeth Larkin Nascimento, com quem teve um filho


http://blogdaconsciencianegra.blogspot.com/2010/10/1310-fundacao-do-teatro-experimental-do.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Abdias_do_Nascimentohttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=cias_biografia&cd_verbete=649  http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1436&bih=699&q=TEN%20-%20Teatro%20Experimenal%20do%20Negro&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

REVOLTA DA CHIBATA


A História da Revolta da Chibata, causas, reivindicações dos marinheiros, acontecimentos, líder João Cândido (Almirante Negro), punição para os revoltosos.

líder da revolta da chibata

João Cândido (Almirante Negro): líder da revolta


Introdução:

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.  
Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

Causas da revolta:

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações:

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta:

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão:

Podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.

FONTE:

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

REVOLTA DOS BÚZIOS

A Revolta dos Búzios ou Revolta dos Alfaiates, como ficou conhecido o movimento, recebeu estes nomes devido ao fato dos revoltosos usarem um búzio preso à pulseira para facilitar a identificação entre si, por usarem uma argola na orelha com o mesmo fim e também por que alguns dos conspiradores eram alfaiates. presume-se que os búzios seriam usados como moeda na nova república já que os búzios era moeda correntes em muitos lugares da África Foi formada por pessoas de várias etnias e classes sociais, desde escravos, negros livres, soldados, oficiais militares, sapateiros, carpinas, comerciantes, padres, etc., que aderiram ao Partido da Liberdade.

No dia 12 de agosto de 1798, em dez locais diferentes da cidade do Salvador amanheceram com um manifesto colado em suas paredes, que dizia:

“Está pra chegar o tempo feliz da nossa liberdade; o Tempo em que seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais”.

“Homens, o tempo da liberdade para nossa ressurreição; sim para ressuscitareis do abismo da escravidão, para levantareis a sagrada Bandeira da Liberdade”.

”Ó vós povos que viveis flagelados com pleno poder do indigno coroado esse mesmo Rei que vós criastes; esse mesmo Rei tirano há que se firmar no trono para vos veixar, para vos roubar e para nos maltratar”.

Estes trechos do manifesto bem demonstram o que combatiam e o que queriam os revoltosos.

No dia 23 de agosto, o autor do manifesto, Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga, soldado, negro, foi capturado pelas forças de repressão do governo colonial. Pouco a pouco os revoltosos foram sendo presos, porém todos os intelectuais brancos e detentores do poder econômico foram perdoados; os que foram castigados foram degredados para Fernando de Noronha, ou para a África. Apenas os negros foram severamente punidos, a fim de servir de exemplo para aqueles que teimassem em sonhar com um Brasil livre, democrático e sem preconceitos.
http://marcelleba.spaces.live.com/blog/cns!AD56D54907B3E980!2421.entry



NOME

DATA (PERIODO, ANO, SECULO)

LOCAL

CARACTERIZAÇÃO

LIDERANÇAS

Revolta dos Búzios ou Revolta dos Alfaiates


















12 de agosto de 1798, século XVIII


CIDADE: Salvador;  

REGIÃO:
Nordeste;

ESTADO:
Bahia.
                        
A Revolta dos Búzios ou Revolta dos Alfaiates recebeu estes nomes devido ao fato dos revoltosos usarem um búzio preso à pulseira para facilitar a identificação entre si, por usarem uma argola na orelha com o mesmo fim e também por que alguns dos conspiradores eram alfaiates. presume-se que os búzios seriam usados como moeda na nova república já que os búzios era moeda correntes em muitos lugares da África Foi formada por pessoas de várias etnias e classes sociais, desde escravos, negros livres, soldados, oficiais militares, sapateiros, carpinas, comerciantes, padres, etc., que aderiram ao Partido da Liberdade.
1.João de Deus do Nascimento, homem pardo, livre, casado, 27 anos, natural da Vila de Cachoeira, cabo de esquadra do segundo regimento de milícia desta praça, alfaiate, preso em 25 de agosto de 1798.
2.  Luís Gonzaga das Virgens, pardo, livre, solteiro, 36 anos, natural da Cidade de Salvador - BA, soldado granadeiro do primeiro regimento da linha desta praça, preso em 24 de agosto de 1798.
 3.  Luiza Francisca D’Araújo, parda, livre, casada com João de Deus, presa em 26 de agosto de 1798 e solta em 05 de setembro do mesmo ano.
4.  Lucrécia Maria Quent, criada, forra, natural desta cidade, presa em 15 de setembro de 1798 e solta em 26 de setembro do mesmo ano.
5.  Ana Romana Lopes, parda, forra, natural desta cidade, presa em 15 de setembro de 1798 e solta em 20 de setembro do mesmo ano.
6.  Inácio Pires, pardo, natural desta cidade, preso em 04 de outubro de 1798.
7.  Antônio Simões da Cunha, pardo, livre natural desta Cidade, casado, pedreiro, preso em 10 de setembro de 1798.
8.  Lucas Dantas de Amorim Torres, negro, liberto, solteiro, 24 anos natural desta cidade, soldado do regimento de artilharia e marceneiro.
9.  Manoel Faustino dos Santos Lira, pardo, forro, solteiro, 18 anos, alfaiate e marceneiro, natural de Santos Amaro da Purificação.




A Guerra do Contestado

A Guerra do Contestado ocorreu na Regia Sul do Brasil, precisamente no Paraná e em Santa Catarina, entre Outubro de 1912 e Agosto de 1916.


No final do século 19, o governo brasileiro autorizou a construção de uma estrada de ferro ligando os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Para isso, desapropriou uma faixa de terra, de aproximadamente 30 km de largura, que atravessava os Estados do Paraná e de Santa Catarina - uma espécie de "corredor" por onde passaria a linha férrea.

A responsável pela construção foi a empresa norte-americana Brazil Railway Company, de propriedade do empresário Percival Farquhar, que também era dono da Southern Brazil Lumber and Colonization Company, uma empresa de extração madeireira. A construção da estrada acabou atraindo muitos trabalhadores para a região onde ocorreria a Guerra do Contestado. Com o fim das obras, o grande número de migrantes que se deslocou para o local ficou sem emprego e, conseqüentemente, numa situação econômica bastante precária.

Ao mesmo tempo, os posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina foram expulsos de suas terras. Isso porque, embora estivessem ali já há bastante tempo, o governo brasileiro, no contrato firmado com a Brazil Railway, declarou a área como devoluta, ou seja, como se ninguém ocupasse aquelas terras.

Além de construir a estrada de ferro, Farquhar, por meio da Southern Brazil Lumber, passou a exportar para os Estados Unidos a madeira extraída ao longo da faixa de terra concedida pelo governo brasileiro. Com isso, os pequenos fazendeiros que trabalhavam na extração da madeira foram arruinados pelo domínio da Lumber sobre as florestas da região.

Messianismo

A construção da estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul trouxe consigo os principais elementos político-econômicos que levaram à eclosão da Guerra do Contestado. Afinal, a presença das empresas de Farquhar na região e os termos do acordo firmado com o governo brasileiro levaram, de uma só vez, à expulsão dos posseiros que trabalhavam no local, à falência de vários pequenos fazendeiros que viviam da extração da madeira e à formação de um contingente de mão-de-obra disponível e desempregada ao fim da construção.

Entretanto, havia também um outro elemento importante para o início do conflito: o messianismo. A região era freqüentada por monges que faziam trabalhos sociais e espirituais e, vez ou outra, envolviam-se também com questões políticas - o que lhes dava certo destaque entre os moradores daquela localidade.

Em 1912, apareceu na região um monge chamado José Maria de Santo Agostinho, nome que mais tarde a polícia descobriria ser falso. José Maria foi saudado pelos habitantes do local como a ressurreição de outro monge que vivera ali até 1908, o monge João Maria: era como se o antigo líder espiritual tivesse voltado.

José Maria rapidamente ganhou fama na região por seu suposto dom de cura. Em meio aos problemas político-econômicos provocados pelas atividades das empresas de Percival Farquhar, o monge passou a envolver-se também com questões que estavam muito além dos problemas espirituais dos seus seguidores.

A guerra

Sob a liderança de José Maria, os camponeses expulsos de suas terras e os antigos trabalhadores da Brazil Railway organizaram uma comunidade no intuito de solucionar os problemas ocasionados pela tomada das terras e pelo desemprego. Uniram-se ao grupo os fazendeiros prejudicados pela presença da Lumber na região. Tudo isso reforçado pelo discurso messiânico do monge José Maria, que logo declarou a comunidade sob sua liderança como um governo independente.

A mobilização na região passou a incomodar o governo federal não apenas por crescer rapidamente, com a formação de novas comunidades, mas também porque os rebeldes passaram a associar os problemas econômicos e sociais à República. Ao mesmo tempo, os coronéis locais ficaram incomodados com o surgimento de lideranças paralelas, como José Maria. Já a Igreja, diante do messianismo que envolvia o movimento, também defendeu a intervenção na região.

De forma autoritária e repressiva, os governos do Paraná e de Santa Catarina, articulados com o presidente Hermes da Fonseca, começaram a combater os rebeldes. Embora tenham tido pouco sucesso nos dois primeiros anos do conflito, as forças oficiais obtiveram, a partir de 1914, sucessivas vitórias sobre os revoltosos - graças à truculência das tropas e ao seu numeroso efetivo, que contava com homens do Exército brasileiro e das polícias dos dois estados.

Com quase 46 meses de conflito, a Guerra do Contestado superou até mesmo Canudos em duração e número de mortes. Famintos e com cada vez mais baixas, diante do conflito prolongado, da força e crueldade das tropas oficiais e da epidemia de tifo, os revoltos caminharam para a derrota final, consumada em agosto de 1916 com a prisão de Deodato Manuel Ramos, último líder do Contestado.
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/guerra-do-contestado.jhtm)

Os Líderes Rebeldes


Durante os quatro anos que durou a Guerra do Contestado morreram cerca de 20 mil pessoas - equivalente a um terço da população de Santa Catarina, à época. E também milhares de militares.
O movimento revoltoso teve, ao longo desses anos, várias lideranças que comandaram com êxito muitos combates e ofensivas. Entre eles Venuto Baiano, Chico Ventura, Aleixo Gonçalves, Antonio Tavares, Adeodato Ramos, Bonifácio Papudo e Alemãozinho (que traiu o movimento). Atuavam sob a forma de guerrilha, conseguiam infiltrar espiões regularmente - os bombeiros - nas forças que os combatiam, lutavam com revólveres, espingardas e no corpo a corpo com facões de pau feitos de madeira duríssima da região.
Apoiados numa forte crença de ressurreição e retorno nos exércitos encantados de São Sebastião, eram ferozes e destemidos em combate.
Logo os combatentes sertanejos foram chamados de pelados e seus opressores de peludos. Os pelados formaram tropas de elite nos redutos, os Pares de França, inspirados nas histórias do rei Carlos Magno. Queriam viver numa terra santa onde “tudo era irmão e irmã” e sob o signo de que “quem tem moe, quem não tem moe também, ficando no fim todos iguais”.
Conseguiram forças para uma resistência inédita na história e só foram subjugados pela fome e extermínio sistemático nos redutos invadidos com a degola dos prisioneiros.
Tinham um confuso discurso de fundar uma monarquia, na verdade um sonho de voltar aos tempos em que a vida havia sido mais digna e generosa.

As mulheres no Contestado


Rosa Pais de Farias, filha do líder Chico Ventura, fazia as bandeiras do movimento e os uniformes dos Pares de França. Morou e morreu em Lebon Régis, no meio-oeste catarinense.(Foto: Dario A. Prado Jr.)


Embora pouco reconhecidas pela literatura e registros da Guerra do Contestado, as mulheres tiveram um papel fundamental no conflito. Duas se destacaram na guerra por sua bravura: Maria Rosa, filha de Elias de Souza e Francisca Roberta, mais tarde conhecida como Chica Pelega.
Maria Rosa, aos 15 anos, em meio a orações, entrava em transe e discursava dizendo receber ordens do monge José Maria. Durante os transes tinha visões de batalhas e, daí em diante, era ela quem definia as ordens recebidas pelo espírito do monge para organizar o comportamento do grupo. Com o passar do tempo, além de líder espiritual, a virgem Maria Rosa se transforma em chefe militar e comandou a retirada estratégica, após a primeira batalha de Taquaruçú, em 1913, para o novo reduto em Caraguatá.
Chica Pelega, já respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente.
Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas.
Rosa Paes de Farias, filha do grande líder Chico Ventura, foi uma das últimas sobreviventes da guerra e viveu até os 98 anos. Fazia as bandeiras de guerra e os uniformes dos Pares de França, tropa de elite dos revoltosos. Jamais se arrependeu da resistência. Afirmava: “Nós estávamos aqui e vieram nos atacar. O que havíamos de fazer? Resistir. Houve muita morte de lado a lado. Mas muito soldado passou para o nosso lado”.
O papel das mulheres menos conhecidas também foi fundamental. Enquanto os homens lutavam em várias frentes de combate elas cuidavam dos filhos, dos doentes e da obtenção e preparação de alimentos. Ao final da guerra foram tão humilhadas e maltratadas quanto seus maridos e filhos.


fonte.http://contestadoaguerradesconhecida.blogspot.com/


Ficha técnica.


Nome: Guerra do Contestado
Data: 10/1912 à 08/1916
Tempo da guerra:  46 meses
Local: Região Sul (Paraná e Santa Catarina)
Porque aconteceu: Construção da estrada de Ferro São Paulo/Rio Grande do Sul, deicando inuimeras familias camponesas sem suas casas e terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.
Descrições adicionais Chamou-se Contestado a área de 40 mil quilômetros quadrados disputada por Santa Catarina e Paraná. Além de terras, havia em jogo grandes florestas de madeiras nobres e imensos ervais nativos, que produziam erva-mate.
Santa Catarina já havia ganho três disputas judiciais no Supremo, sem nunca ver cumprida suas determinações.
Poucos moradores e fazendeiros tinham documentação das terras que ocupavam e exploravam. Esta situação começou a mudar no início da República, com os “coronéis” legalizando grandes extensões em seu nome e, depois, com a chegada da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, cujos construtores ganharam 15 quilômetros de cada lado da ferrovia para explorar madeira e erva-mate.
     
 A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República. Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar. ht://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/guerra_contestado.htm
     Em resumo, podemos afirmar que a miséria, a ignorância e as injustiças sociais fizera, eclodir essa guerra que teve um fim trágico, com o massacre de milhares de camponeses. http://www.turmadafesta.hpg.ig.com.br/guerracontestado.htm
Lideranças: A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República. Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/guerra_contestado.htm